sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

O golo que o Pelé não fez


Na Fig. 1 vemos uma simulação do remate do Pelé, levando em conta a resistência do ar e o efeito de Magnus.
Fig. 1 – Simulação do remate.
Podemos investigar a importância da crise do arrasto na jogada de Pelé tirando-a de acção, ou seja, fazendo a resistência do ar crescer sempre com a velocidade.
O que aconteceria com a bola caso a crise não reduzisse a resistência do ar está mostrado na Fig. 2; ela não chegaria nem mesmo à grande área. Portanto, a crise do arrasto desempenhou um papel importantíssimo — sem ela a jogada de Pelé não teria entrado para a história do futebol.

Fig. 2 – Simulação do remate se não houvesse a crise do arrasto

A importância do efeito de Magnus pode ser avaliada da mesma forma. Se Pelé não tivesse dado nenhuma rotação à bola, a trajectória seria a mostrada na Fig. 3. Novamente, a bola não chegaria nem perto da baliza.

Fig. 3 – Simulação do remate se não houvesse o efeito de Magnus
Mas talvez o mais surpreendente é o que ocorreria se não existissem nem o arrasto nem a força de Magnus (ou seja, se a bola tivesse sido chutada no vácuo). A trajectória neste caso seria a parábola de Galileu, mostrada na Fig. 4. Vemos que a bola cairia pouco antes da baliza, apesar de não haver força de arrasto. Isso mostra que a sustentação aerodinâmica criada pela rotação compensou largamente o efeito da resistência do ar, levando a bola mais longe.

Fig. 4 – O que acontecia se a bola tivesse sido chutada no vácuo

Fonte: http://omnis.if.ufrj.br/~carlos/futebol/textoCatalogoExpo.pdf

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